terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Cinderela

(...) Correndo deixou escapar seu lindo sapatinho de cristal...

Quando terminei de ler, meus olhos lacrimejavam e minha mente voava sobre o reino encantado do mundo de Cinderela. _Quem me dera um príncipe mover seus súditos a me encontrarem. Mas meus sonhos foram interrompidos com um grito vindo dos fundos, minha mãe me chama a ajuda-la com as tarefas de casa, _ sim eu meio que era uma Cinderela da vida, ou gata borralheira, como preferirem. Terminamos de lavar as roupas e logo o frio tomou conta de todo o meu corpo, corri para o banho e descobrir que teria sido melhor ficar molhada, a água estava gelada e arrepiou-me por inteira quando a joguei em mim.
Pouco antes de pegar no sono deparei lembrando-me de Cinderela e pensando em como seria ser resgatada como a Gata Borralheira, _Por que a vida real não é como um conto de fadas? Porque os casamentos não têm uns felizes para sempre? Naquela noite sonhei com o que posso aqui chamar de família e descobrir que o felizes para sempre existe, em cada pai que trabalha incansavelmente para alimentar suas crianças, em cada mãe que enfrenta jornada dupla (efeito colateral dos tempos modernos) para dar mais conforto em casa e ajudar a pagar as contas, nos filhos que se esforçam para passar nos testes da escola e assim aprendem a lidar com os testes da vida.  Ate porque, ninguém disse que Cinderela e o príncipe encantado ( que cá para nos, é um cafajeste que se casou com todas as princesas) ficaram em casa de pernas pro ar pro resto da vida.  O que acontece depois dos majestosos casamentos dos contos de fadas é uma incógnita, mas o que acontece nos da vida real são bem mais interessantes, duas vidas que se unem para formar uma apenas e essa  torna-se tão majestosa que se dar por inteiro para formar uma outra (ou mais) e passa o resto dos dias a ensinar essa pequena vida, chamada de filho, a importância da fusão entre duas vidas, porquê, ao que me parece, uma vida que nasce, nasce incompleta, e só se torna plena quando encontra a sua outra parte, conhecida por nós humanos, como marido ou mulher.

Por:  Angélica Oliveira 

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